Páginas

sábado, 11 de dezembro de 2010

O Rei nu na Nova Juiz de Fora

Moro em Juiz de Fora. Quem mora aqui, ou por aqui transita com regularidade, sabe que a cidade está em obras. Nesse caso, vê-se por toda parte avisos como “desculpem-nos o transtorno, estamos em obra para melhor atendê-los”. O que, em outras palavras, quer dizer que estão desorganizando o cotidiano para, quando ele voltar à “normalidade”, a gente pense que ficou tudo lindo. A obra em questão consiste em asfaltar ruas asfaltadas. E ela não custou barato, acreditem.
Dois fatos – quase imperceptíveis – chamam a atenção para o que está acontecendo. O primeiro deles é que, apesar de termos aqui na cidade uma empresa pública que faz serviços de pavimentação, estamos pagando uma empresa privada de Uberaba para fazer o tal serviço. O segundo fato... Bem, o segundo fato merece um parágrafo à parte.
Quem passa na rua Olegário Maciel pode ver – ou não – algumas faixas alertando os pedestres e motoristas sobre os transtornos da obra. O aviso – não sei se por descaramento ou distração – diz que, naquele ponto (o MAIS ALTO DOS ARREDORES DO CENTRO da cidade), a obra vai solucionar o problema dos PONTOS DE ALAGAMENTO.
Pontos de alagamento? É isso mesmo?
Sim. Pontos de alagamento. Num alto de morro no qual água nenhuma resiste à tentação de rolar ladeira abaixo.
Isso me lembrou a fábula do rei nu. Algum alfaiate espertinho quis – e conseguiu – se aproveitar da vaidade do rei para vender-lhe uma roupa feita de tecido invisível. A justificativa do alfaiate: só vê quem é inteligente!

5 comentários:

  1. Interessantíssimo o seu blog! Adorei esse texto. Morei no bairro Paineiras e nunca vi alagamento lá. A tal tentação não dá mesmo mole pras águas.
    Obrigado por visitar o Zicamu e contribuir no debate. Não sei se continua acompanhando, mas tem novos comentários e postagem.
    Grande abraço

    ResponderExcluir
  2. Oi, Gabriel! Que bom receber sua visita aqui no Bocagem e ter sua interlocução. Ainda bem que a água continua a rolar morro abaixo no Paineiras...rs. Bem, o Bocagem foi criado este ano, fruto de uma parceria entre mim e Julio Satyro. A ideia é trazer nossos debates de esquina, buteco, poltrona, sala de aula, de visita e afins, pra cá! Gostei também do seu Zicamu, já vi lá que o debate continuou. Permaneço de olho nas suas postagens e quando puder, dou lá meus pitacos - quiçá contribuições. Abração e volte sempre!

    ResponderExcluir
  3. Parabéns, Julio. Confesso não ter percebido que o texto é assinado por ti.
    Valeu Bella. Voltarei sim.
    Abraços

    ResponderExcluir
  4. O que é o que é... que cai em pé e "desce morro [e bueiro] abaixo"?

    PS: E onde foram parar as faixas de pedestre?

    ResponderExcluir
  5. valeu, gabriel. estamos de olho nos eu blog também. grande abraço

    kadu, a resposta é: "faixas de pedestre". as águas que alagam a olegário carregaram o esparadrapo asfaltal... rs

    ResponderExcluir