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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dicas do titio Herodes [2]: para fechar o ano


Eu estava a "rosetar" pelo shopping, como diria a minha avó. Sabidamente um lugar bastante propício para capturar as mais preciosas formas de má educação. Ainda assim, me surpreendi ao ver um garotinho de uns 6 anos passar por mim, caladinho e constrangido, ouvindo do "sábio" pai que lhe dizia com veemência: "não quero ver um brilho nos seus olhos, heim!!!". Alguma estrela no céu deve ter se apagado nesse momento, apesar das luzes de gerador da imensa árvore de natal jamais ter titubeado.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O Rei nu na Nova Juiz de Fora

Moro em Juiz de Fora. Quem mora aqui, ou por aqui transita com regularidade, sabe que a cidade está em obras. Nesse caso, vê-se por toda parte avisos como “desculpem-nos o transtorno, estamos em obra para melhor atendê-los”. O que, em outras palavras, quer dizer que estão desorganizando o cotidiano para, quando ele voltar à “normalidade”, a gente pense que ficou tudo lindo. A obra em questão consiste em asfaltar ruas asfaltadas. E ela não custou barato, acreditem.
Dois fatos – quase imperceptíveis – chamam a atenção para o que está acontecendo. O primeiro deles é que, apesar de termos aqui na cidade uma empresa pública que faz serviços de pavimentação, estamos pagando uma empresa privada de Uberaba para fazer o tal serviço. O segundo fato... Bem, o segundo fato merece um parágrafo à parte.
Quem passa na rua Olegário Maciel pode ver – ou não – algumas faixas alertando os pedestres e motoristas sobre os transtornos da obra. O aviso – não sei se por descaramento ou distração – diz que, naquele ponto (o MAIS ALTO DOS ARREDORES DO CENTRO da cidade), a obra vai solucionar o problema dos PONTOS DE ALAGAMENTO.
Pontos de alagamento? É isso mesmo?
Sim. Pontos de alagamento. Num alto de morro no qual água nenhuma resiste à tentação de rolar ladeira abaixo.
Isso me lembrou a fábula do rei nu. Algum alfaiate espertinho quis – e conseguiu – se aproveitar da vaidade do rei para vender-lhe uma roupa feita de tecido invisível. A justificativa do alfaiate: só vê quem é inteligente!